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Cidade do RS com 23 mil habitantes registra recorde de calor.

Uma cidade do Rio Grande do Sul, com 23 mil habitantes, registrou a temperatura mais alta do Brasil, tornando-se recordista de calor. A intensa onda de calor que atinge a região elevou os termômetros a níveis extremos. Meteorologistas alertam para os riscos e recomendam cuidados com a saúde e hidratação.

2/6/20252 min read

O município de Quaraí (RS) se tornou símbolo da onda de calor no Rio Grande do Sul. Por quatro dias consecutivos, a cidade de 23,5 mil habitantes registrou as temperaturas mais altas do Brasil, segundo o Inmet. Na última quarta-feira (5/1), os termômetros marcaram 41,2°C, e no dia anterior, a cidade atingiu um recorde histórico de 43,8°C, a maior temperatura em 115 anos no estado.

A localização geográfica contribui para o calor extremo, pois Quaraí está próxima da bolha de calor que atinge o centro e norte da Argentina. Além disso, a continentalidade da região favorece temperaturas extremas, tanto no calor quanto no frio, explica Estael Sias, da MetSul Meteorologia.

O Inmet prorrogou o alerta de onda de calor para o estado até o dia 10 de fevereiro, com várias regiões em alerta vermelho, incluindo o sudoeste, sudeste e centro do Rio Grande do Sul, além da região metropolitana de Porto Alegre. Segundo a MetSul, as altas temperaturas devem continuar, com possibilidade de alívio apenas entre os dias 11 e 12, quando há previsão de chuva. A partir do dia 13, a chegada de ventos mais frios deve reduzir as temperaturas.

Os efeitos da estiagem já atingem a produção agropecuária local. O agricultor Rogério Martins estima um prejuízo de R$ 180 mil, principalmente pela perda da lavoura de melancia, destruída pelo calor intenso. Sua plantação de milho para silagem também foi afetada, e ele precisou recorrer a áreas de campo nativo para alimentar seu gado. Além disso, dois dos três açudes que abasteciam sua propriedade secaram completamente.

Pequenos criadores de gado enfrentam dificuldades devido à escassez de água e ao estresse térmico dos animais. De acordo com Milena Ferreira Machado, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quaraí, a falta de chuva há mais de 20 dias impacta especialmente os agricultores familiares, que cultivam feijão, melancia e milho silagem sem sistemas de irrigação.

Apesar dos desafios, o prefeito Jeferson Pires afirma que a cidade ainda não tem motivos para decretar situação de emergência. Segundo ele, a produção de uva e arroz segue estável, e as lavouras não foram abandonadas. Além disso, obras de infraestrutura, como a construção de poços comunitários e açudes, ajudaram a minimizar os impactos da seca, permitindo que Quaraí enfrente o período de estiagem sem grandes prejuízos.