Declarações de Lula geram dificuldades para o Planalto.
As declarações do presidente Lula têm causado desafios para o Palácio do Planalto, gerando repercussões políticas e exigindo retratações ou esclarecimentos por parte do governo. Falas polêmicas geram reações de aliados e opositores, forçando a equipe presidencial a lidar com desgastes e ajustes na comunicação oficial.
2/7/20252 min read


Após as recentes declarações do presidente Lula sobre o preço dos alimentos, integrantes do Palácio do Planalto avaliam a necessidade de orientá-lo a evitar falas improvisadas e reduzir o número de entrevistas, mesmo para veículos alinhados ao governo. A preocupação é minimizar desgastes políticos gerados por declarações polêmicas.
A fala do presidente, feita durante entrevista a rádios da Bahia nesta quinta-feira (6), gerou forte reação da oposição. Lula sugeriu que os brasileiros poderiam conter a inflação ao substituir produtos caros por alternativas mais baratas e ao deixar de comprar itens considerados caros, o que, segundo ele, forçaria os comerciantes a reduzirem os preços.
A oposição rapidamente explorou a declaração para criticar a condução da política econômica do governo. Assim como no caso da crise do Pix, um vídeo do deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) comentando a fala do presidente viralizou nas redes sociais, intensificando o debate sobre a estratégia econômica adotada pelo governo.
O que mais chamou a atenção dos aliados do presidente foi que a declaração não surgiu de uma pergunta provocativa da imprensa. Lula fez a afirmação espontaneamente, sem ser induzido por jornalistas, o que reforçou as preocupações dentro do governo sobre a necessidade de maior controle na comunicação presidencial.
Essa não é a primeira vez que declarações improvisadas do presidente geram polêmica. Durante seu terceiro mandato, Lula já foi criticado por classificar a ditadura de Nicolás Maduro como algo normal, por dizer a uma mãe de cinco filhos que deveria "fechar as pernas" e por afirmar que máquinas de lavar são muito importantes para as mulheres.
Desde que Sidônio Palmeira assumiu a Secretaria de Comunicação (Secom), uma das diretrizes tem sido aumentar a presença pública do presidente. Lula passou a conceder mais entrevistas e fazer mais aparições para reforçar sua conexão com a população, mas o efeito dessas ações tem sido questionado.
Em janeiro, Paulo Pimenta deixou a Secom, e a popularidade do presidente não apresentou melhora significativa sob a nova gestão. Pelo contrário, os números indicam um cenário mais desafiador para o governo.
De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, a aprovação de Lula caiu de 52% para 47% desde dezembro, enquanto a desaprovação subiu de 47% para 49%. A avaliação negativa do governo também cresceu, passando de 31% para 37%, o que preocupa aliados e reforça a necessidade de ajustes na comunicação presidencial.
