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Israel anuncia saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU após EUA.

Israel anunciou sua saída do Conselho de Direitos Humanos da ONU, seguindo os passos dos EUA. A decisão ocorre em meio a críticas ao órgão por suposta parcialidade contra o país. O governo israelense alega que o conselho adota posições injustas e politizadas. A medida reforça o atrito diplomático com a organização.

2/6/20252 min read

Após a saída dos Estados Unidos, Israel anunciou nesta quinta-feira (6) sua retirada do Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, justificou a decisão alegando que o órgão tem um "viés institucional" contra o país desde sua criação em 2006.

Em carta enviada ao presidente do CDH da ONU, Jorg Lauber, Katz afirmou que a medida foi tomada diante do "contínuo e implacável viés" do conselho. Segundo ele, Israel tem sido alvo de resoluções desproporcionais e politizadas dentro do órgão.

A saída de Israel acontece apenas dois dias após o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, assinar a retirada norte-americana do mesmo conselho. A decisão dos dois países fortalece as tensões com a ONU e levanta questionamentos sobre o futuro da entidade.

A relatora especial da ONU, Francesca Albanese, classificou a decisão de Israel como "extremamente grave". Para ela, a atitude demonstra "arrogância" e recusa em reconhecer violações cometidas contra os palestinos. Segundo Albanese, a decisão pode agravar ainda mais a situação na região.

O Conselho de Direitos Humanos da ONU foi criado em 2006 para promover a defesa de liberdades fundamentais, como expressão, crença e associação, além de investigar possíveis violações cometidas por Estados-membros. Israel, no entanto, acusa o órgão de adotar uma postura injusta contra o país.

Albanese também alertou para o risco de que o "genocídio contra os palestinos" se expanda para a Cisjordânia. O território, que é ocupado por Israel, é reivindicado pelos palestinos como parte de um futuro Estado independente, junto com a Faixa de Gaza.

Israel, que atualmente enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça, nega as alegações e afirma estar apenas protegendo seus interesses de segurança. O país defende que suas ações em Gaza e na Cisjordânia são uma resposta ao grupo militante Hamas.

A decisão de Trump de retirar os EUA do CDH da ONU foi acompanhada de uma declaração polêmica sobre Gaza. O ex-presidente afirmou que os palestinos deveriam "deixar o território", uma proposta vista como limpeza étnica por especialistas em direito internacional.

Além disso, Trump manteve a suspensão do financiamento à UNRWA, agência da ONU que presta assistência a refugiados palestinos. A organização atende milhões de palestinos na Cisjordânia e em Gaza desde a guerra de 1948, que marcou a criação de Israel.

O conflito entre Israel e Hamas já deixou mais de 40 mil mortos e gerou uma grave crise humanitária em Gaza. Enquanto isso, as falas de Trump levantam preocupações sobre o futuro dos palestinos e o possível enfraquecimento da proposta de criação de um Estado independente na região.