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Raízen perde quase metade de seu valor de mercado em um ano

As dívidas acumuladas durante o período de crescimento começam a gerar pressão com a alta dos juros. Com isso, investidores aguardam ansiosamente por mais desinvestimentos e vendas de ativos por parte da empresa. A situação reflete a necessidade de ajuste financeiro para enfrentar o cenário econômico desafiador.

1/21/20251 min read

A Raízen sofreu uma perda significativa de R$ 18,7 bilhões em valor de mercado no último ano, uma queda de 47,98%. Esse declínio ocorre em meio à elevação dos juros, impactando a empresa após um período de forte expansão. Apesar de esforços para reduzir a alavancagem por meio da venda de ativos, a quebra da atual safra de cana afetou negativamente a percepção dos investidores, levando a uma desvalorização de 5,39% nas ações, que fecharam a R$ 1,93 na B3, segundo o Valor Data.

A empresa informou que a moagem acumulada na safra 2024/25 somou 77,5 milhões de toneladas, 6% abaixo da estimativa mais pessimista, de 82 milhões de toneladas. A queda foi causada por uma forte estiagem e incêndios, que comprometeram a produtividade e a qualidade da cana. Até outubro, o fogo atingiu 7% da cana destinada à moagem, afetando a produção de açúcar e a geração de caixa, crucial para enfrentar o cenário de juros altos.

No final do segundo trimestre da safra atual, em setembro, a Raízen registrou uma dívida líquida de R$ 35,9 bilhões, equivalente a 2,6 vezes o Ebitda ajustado em 12 meses. Embora essa alavancagem seja considerada saudável para o setor, outros fatores pesam sobre a companhia. Investidores estão focados na geração de caixa, descontando do Ebitda as despesas recorrentes de capital (Capex), essenciais para a manutenção dos canaviais.

Alguns investidores também consideram os contratos de recebíveis de etanol celulósico, feitos para financiar novas plantas de etanol de segunda geração (E2G), como dívida. Em 2022, a Raízen firmou um acordo com a Shell para antecipar R$ 4,3 bilhões em vendas de E2G. De acordo com Guilherme Palhares, analista do Santander, a alavancagem da companhia pode ser vista como variando entre 3 a 4,6 vezes até o final da safra, o que gera preocupações no mercado.