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Rombo bilionário nos Correios afeta estatais e preocupa governo.

O rombo bilionário nos Correios está gerando impactos negativos nas contas das estatais e preocupando o governo federal. A situação financeira da empresa pública tem gerado déficits significativos, afetando seu funcionamento e comprometendo a estabilidade fiscal de outras áreas do setor público.

1/30/20253 min read

Os Correios se destacam como uma das principais razões para o aumento do déficit das estatais em 2024. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a empresa registrou um rombo de R$ 3,2 bilhões no ano passado. Esse resultado impactou significativamente as contas das estatais federais, contribuindo com 50% do déficit total de R$ 6,3 bilhões, que exclui grandes empresas como Petrobras e Banco do Brasil.

O termo "déficit" se refere à diferença entre o gasto total das estatais e as receitas que elas conseguiram gerar no ano. No caso dos Correios, a perda de receitas foi resultado de diversas ações, como o encerramento de contratos e a redução de investimentos, que ocorreram após a inclusão da estatal no Plano Nacional de Desestatização durante o governo de Jair Bolsonaro. No entanto, a secretária de gestão, Leonel, descartou uma nova privatização dos Correios e a quebra do monopólio postal no Brasil.

Além dos Correios, outras estatais também estão gerando preocupação no governo, como a Infraero, responsável pela administração de aeroportos, e a Casa da Moeda. O impacto financeiro dessas empresas reflete diretamente na gestão pública e nas contas do governo federal, que vê essas perdas como um desafio fiscal.

Em nota, os Correios justificaram seu desempenho em 2024, citando fatores como a queda de receitas no setor postal e a implementação do programa Remessa Conforme, que regularizou as compras de sites internacionais. A empresa afirmou que está executando um plano de recuperação com foco em inovação, sustentabilidade financeira, e expansão para novos mercados, como Banco Digital, Marketplace e seguros.

A empresa também reconheceu que um dos maiores desafios para 2025 será reverter o déficit registrado em 2024. A gestão dos Correios, de acordo com a secretária Leonel, segue o modelo do setor privado, buscando recursos junto aos bancos, sem a necessidade de novos aportes de recursos do Tesouro Nacional. Os empréstimos obtidos pelas estatais são pagos pelas próprias receitas geradas por elas.

Em 2024, as 20 estatais federais que não dependem de recursos do Tesouro Nacional apresentaram um déficit de R$ 6,3 bilhões. No entanto, excluindo investimentos de programas como o PAC e o resultado da ENBPar, o rombo real foi de R$ 4,04 bilhões. O MGI destacou que esse número não reflete de forma precisa a saúde financeira das empresas, já que o déficit inclui investimentos feitos com recursos que já estavam em caixa.

O governo argumenta que o termo "déficit" não é o melhor indicador da saúde financeira das estatais, preferindo utilizar conceitos de lucro ou prejuízo. Embora as estatais possam usar dinheiro em caixa para investir, esse fluxo de caixa é registrado como déficit, o que não representa necessariamente uma crise financeira para essas empresas.

As estatais investiram R$ 5,25 bilhões em 2024, um aumento de 12,7% em relação ao ano anterior. Isso demonstra que, apesar do déficit registrado, as empresas estão buscando expandir e modernizar suas operações. Entretanto, as perdas continuam a ser um desafio, com duas estatais, Correios e Infraero, registrando déficit e prejuízo até o terceiro trimestre de 2024.

Segundo estimativas do Banco Central, o déficit acumulado das estatais federais, estaduais e municipais chegou a R$ 6 bilhões até novembro de 2024. Apenas no mês de novembro, o resultado negativo foi de R$ 1,6 bilhão. O resultado total do ano será divulgado no final de janeiro, e a expectativa é de que esse seja o pior desempenho contábil das estatais na série histórica, que começou a ser registrada em 2009.