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Sob pressão dos EUA, Panamá deixa a 'Nova Rota da Seda' da China.

O Panamá anunciou sua saída da "Nova Rota da Seda", um programa econômico da China, após pressão dos Estados Unidos. A decisão reflete tensões políticas e econômicas entre as duas potências. A medida pode afetar futuros projetos de infraestrutura e a cooperação econômica entre os países.

2/6/20252 min read

O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou nesta quinta-feira (6) a decisão de retirar o país da "Nova Rota da Seda", uma iniciativa chinesa que visa financiar a construção e reforma de infraestruturas como estradas, ferrovias, portos, aeroportos, redes de energia e telecomunicações. O projeto, criado em 2013, tem um orçamento trilionário e busca promover a conectividade e a cooperação econômica global. A decisão ocorre após pressão dos Estados Unidos, que temem o crescente domínio chinês na região, especialmente sobre o Canal do Panamá.

Mulino ressaltou que a embaixada panamenha em Pequim já formalizou a retirada do país da iniciativa, apresentando o documento correspondente e dando um aviso prévio de 90 dias, conforme exigido pelo acordo. Embora alguns especulem que a decisão tenha sido uma resposta direta às pressões americanas, o presidente panamenho afirmou que esta foi uma escolha independente. Na semana passada, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se reuniu com Mulino em uma visita à Cidade do Panamá.

A "Nova Rota da Seda", também chamada de "Cinturão e Rota", é um ambicioso programa do governo chinês para expandir sua influência econômica global por meio de investimentos em infraestrutura em países da América Latina e outras regiões. Embora a iniciativa tenha começado em 2013, ela ganhou força nos últimos anos, com diversos países se tornando parceiros estratégicos da China no projeto. A saída do Panamá é vista como uma resposta a crescentes tensões geopolíticas envolvendo os Estados Unidos e a China.

Em um movimento paralelo, o governo panamenho e a Autoridade do Canal do Panamá (ACP) refutaram alegações feitas pelo Departamento de Estado americano, que sugeriu que embarcações dos EUA poderiam ter "passe livre" pela hidrovia panamenha. Mulino classificou a afirmação como "intolerável" e uma "falsidade absoluta". O governo panamenho exigiu que o embaixador do país nos Estados Unidos tomasse atitudes firmes em resposta a essas declarações.

A relação entre o Panamá e os Estados Unidos tem sido marcada por desafios diplomáticos, especialmente devido às percepções sobre o controle e a influência sobre o Canal do Panamá, uma via crucial para o comércio global. A retirada do Panamá da "Nova Rota da Seda" é um indicativo das complexas dinâmicas regionais, com o país tentando equilibrar sua posição em meio à pressão de duas superpotências.